Longitude – Um filme e um livro

Determinação da Longitude no Mar – um filme e um livro

Hoje deixo-vos a sugestão de um filme e um livro que costumo dar como “TPC” para os meus alunos do curso de patrão de alto mar:

Longitude – Um filme com Michael Gambon e Jeremy Irons

e

A Ilha do Dia Antes – Um livro de Umberto Eco

"Longitude" e "A Ilha do Dia Antes"

“Longitude” e “A Ilha do Dia Antes”

O desastre das ilhas Scilly

Decorria o ano de 1707 quando a Royal Navy sofreu um dos maiores desastres da sua história. Quatro navios da armada comandada pelo almirante Shovell, que regressava do mediterrâneo, naufragaram nas ilhas Scilly. Aproximadamente dois mil homens, incluindo o próprio almirante Shovell, morreram no naufrágio.

Um erro de navegação terá estado na origem do desastre. Cartas de navegação e roteiros com erros e agulhas magnéticas inadequadas foram também apontadas como causas para o sucedido.

O desastre das ilhas Scilly agitou a opinião pública e pressionou as autoridades para que os métodos de navegação fossem mais rigorosos.

Em 1714 o Parlamento Britânico constitui a “Board of Longitude” com a finalidade de recompensar quem conseguisse desenvolver um método para determinar a longitude a bordo de um navio.

O filme Longitude: John Harrison e o cronómetro marítimo

É neste contexto que se desenrola a história fascinante de John Harrison, um relojoeiro autodidata que dedicou décadas da sua vida à construção de um cronómetro marítimo capaz de resistir às duras condições no mar e manter a precisão necessária para calcular a longitude por comparação com a hora de referência do Meridiano de Greenwich.

O filme Longitude, baseado no livro homónimo de Dava Sobel, conta essa história notável. Michael Gambon interpreta Harrison e Jeremy Irons assume o papel de Rupert Gould, o oficial da Marinha que no século XX resgatou, restaurou e divulgou os cronómetros quase esquecidos de Harrison, garantindo que o seu génio fosse finalmente reconhecido.

Mais sobre John Harrison na Wikipédia

O livro A Ilha do Dia Antes: Umberto Eco e a ficção da longitude

Umberto Eco, com a sua habitual mestria literária, leva-nos numa viagem mais simbólica no romance A Ilha do Dia Antes.

O protagonista, Roberto della Griva, sobrevive a um naufrágio e encontra-se a bordo de um navio deserto, fundeado na linha internacional de mudança de data. Ali, preso entre dois dias e sem conseguir atravessar para a ilha diante dele, o personagem reflete sobre o tempo, a fé, a ciência e o amor.

Apesar de ser uma obra de ficção filosófica, o livro é profundamente inspirado nos dilemas científicos do século XVII, incluindo a busca pela determinação da longitude.

Um desafio que moldou a ciência e a navegação moderna

Tanto o filme Longitude como o livro de Eco oferecem muito mais do que uma simples lição de história. Eles mostram como a navegação marítima sempre esteve ligada ao avanço científico, à curiosidade humana e à persistência em vencer o desconhecido.

Para quem navega, estuda ou simplesmente se fascina com o mar e a história da exploração, estas duas obras são fontes de inspiração e reflexão.

Recomendações finais

✅ Vê o filme Longitude – uma história verídica de persistência, ciência e reconhecimento tardio.
✅ Lê o livro A Ilha do Dia Antes – uma narrativa densa, poética e filosófica sobre o tempo e o mar.

E tu?

Já conhecias estas obras?

Partilha nos comentários as tuas sugestões de livros ou filmes sobre navegação!
Se gostaste do artigo, envia a um amigo que também goste de história naval!

Nota – O filme “Longitude” está disponível no YouTube:

“Longitude” 1ª Parte

“Longitude” 2ª Parte


Este artigo tem links patrocinados. Isso significa que sempre que alguém clicar num desses links e fizer uma compra, o Longe do Escritório ganha uma comissão. Todos os programas em que o Longe do Escritório participa não alteram o valor do produto final para o leitor.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *